sábado, 22 de outubro de 2011

Abertas as inscrições para selecionar participantes para a I Oficina Nacional de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos de Terreiro


Abertas inscrições para a I Oficina de Povos Tradicionais de Terreiro


Estão abertas as inscrições para selecionar participantes para a I Oficina Nacional de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros. A Chamada Pública foi divulgada hoje, 21 de outubro de 2011, no site do Ministério da Cultura.

A oficina – que acontecerá, de 27 a 30 de novembro, em São Luis, Maranhão – é uma iniciativa da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura e tem como objetivo subsidiar a construção de políticas públicas de cultura para Povos Tradicionais de Terreiros com vistas à proteção, promoção e consolidação de suas tradições, reconhecendo seus ritos, mitologias, simbologias e expressões artístico-culturais.

As inscrições poderão ser realizadas de 22 a 31 de outubro, mediante preenchimento de formulário pelo SALICWEB no endereço:

http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/

No ato da inscrição, deverão ser anexadas cópias dos seguintes documentos: comprovante de residência, CPF, RG, currículo (ou breve histórico de vida) e carta de indicação da liderança do terreiro ao qual o candidato pertence (quando for o caso de candidatar-se à categoria “Representante de Povos Tradicionais de Terreiros”). A inscrição será validada apenas se forem preenchidos todos os campos solicitados. Os inscritos serão avaliados e selecionados pela Comissão de Organização da Oficina de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros, conforme estabelece a Portaria Nº 28, de 12 de Agosto de 2011, Diário Oficial da União- seção 2.



Publicado por scc.comunica
Categoria: Cultura e Cidadania, Notícias
Tags: FUNCMA, iphan, oficina, palmares, políticas públicas, Povos de Terreiro, SECMA,SEIR/MA, SEPPIR

FONTE: http://www.cultura.gov.br/culturaviva/abertas-inscricoes-para-a-i-oficina-de-povos-tradicionais-de-terreiro/

CONFERÊNCIA TERRITORIAL DE CULTURA DO LITORAL SUL DA BAHIA



Balé Afro Movimento Cultural Dilazenzi/Foto Ronaldo Silva

Lula Dantas, articulador do FAEGSUL e representante da Associação do Culto Afro Itabunense (Acai), leu uma moção da primeira Conferência Livre de Povos de Terreiro durante a plenária da Conferência Territorial de Cultura do Litoral Sul, realizada no Teatro Municipal de Ilhéus nesta segunda (17).

Aprovada na plenária, a moção pede que a Secult inclua, entre as propostas prioritárias dos planos de cultura para o próximo ano, a implantação de um calendário de atividades articuladas entre comunidades de matriz afro-brasileira.

Entre os 81 delegados participantes, foram eleitos três representantes da sociedade civil e um do poder público. José Carlos Negão, diretor teatral, por Itajuípe; Wilson Lima, do Movimento Negro Palmares, de Ubaitaba, e Jocélia Kaffer, arte-educadora de Ilhéus.




Lula Dantas/FAEGSSUL e ACAI

O do poder público é Maurício Corso, presidente da Fundação Cultural de Ilhéus. Para enfatizar as possíveis conquistas do modelo de participação popular, Corso comemorou a implantação de um escritório de representação do Ministério da Cultura em Salvador, para a Bahia. “Foi um projeto nosso, um pedido nosso, que foi atendido”, contou.

A maioria dos participantes da conferência permaneceram até o fim. ”Achei bem produtivo participar, construir junto as propostas do eixo expressões artísticas”, opinou o ator Cassimiro Antonio Bonfim Dias, de Buerarema, da Fundação Macuco Jequitibá.

A delegada da sociedade civil eleita na setorial de museus, Maria Helena Tavares, veio para participar do eixo de patrimônio e memória. “Sempre aprendo muito durante as conferências”, diz a professora de educação artística, que atuou como bailarina clássica durante dez anos e é proprietária do Hotel Ilhéus, construído em 1930.


O ator José Delmo saudou os participantes da Conferência

Conheça as propostas consensuais

Eixo 1 – Expressões artísticas
Estadual
Bahia Cultural
Territorial
Festivais regionais
Cursos de capacitação de expressões artísticas do Litoral Sul
Fomentar é preciso

Eixo 2 – Patrimônio e memória
Estadual
Sistema estadual de patrimônio cultural
Territorial
Educação patrimonial para todos
Mapeamento do patrimônio cultural do território
Calendário de atividades articuladas entre comunidades de matriz afro-brasileira

Eixo 3 – Pensamento e leitura

Estadual
Formação para agentes de leitura

Territorial
Caravana da leitura
Festival territorial de poesia
Capacitação para auxiliares de biblioteca

Eixo 4 – Transversalidade da cultura

Estadual
Formação e capacitação em arte e cultura

Territorial
Caravana cultural territorial

Eixo 5 – Gestão da cultura

Estadual

Formação de técnicos em projetos culturais
Territorial
Produção e difusão
Consolidando o sistema
Centro de Cultura do Litoral Sul

Eixo 6 – Redes produtivas e serviços criativos

Estadual
Centro Cultural Profissionalizante

Territorial
Feira de Arte Itinerante do Litoral Sul
Centro de referência gastronômica do Litoral Sul
Carreta cultural

Fonte: www.culturabahia.com

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DECLARAÇÃO DOS POVOS DE TERREIRO DE ITABUNA, BAHIA




Os Povos de Terreiro de Itabuna, Bahia, a partir de sua I Conferência Livre, organizada pelo Ilê Axé Ijexá, pelo Ilê Axé Oyá Funké e pelo Ilê Axé Iyá Omi, realizada em 8 de outubro de 2011, no Ilê Axé Ijexa, com objetivo congregar praticantes de religiões de matriz africana para discutir suas prioridades coletivas, visando alcançar a inclusão através das políticas públicas,

• diante da declaração da ONU que este é o ano do afrodescendente;
• diante das mudanças anunciadas pelo Governo da Bahia e do Brasil;
• diante dos resultados até agora alcançados pelas Conferências protagonizados pelo governo municipal, estadual e federal, na á área da Cultura;
• diante das ações promovidas pelo Governo da Bahia, para organizar seus territórios de cultura;
• diante da vontade expressa e atitudes do Governo Federal de promover a organização social dos excluídos;
• diante da ausência de políticas públicas nos três níveis de governo para as comunidades tradicionais de cultura de matriz africana no Sul da Bahia;


Declaramos que os grandes problemas que envolvem as comunidades aqui em apreço têm como eixo questões identitárias de ordem externa e interna, em torno das quais giram todas as demais.

Em torno do primeiro eixo, torna-se necessário:
• Dar visibilidade às ações dos terreiros através de diferentes mídias, otimizando o uso das mídias tradicionais e das novas tecnologias, buscando a difusão da cultura religiosa afro-brasileira, resguardando o respeito e a liturgia;
• Exercer pressão às autoridades governamentais para fazer valer as políticas públicas;
• Perseguir a regularização fundiária de terreiros e a titulação de terras quilombolas;
• Promover ações de interferência em questões educacionais e curriculares (para fazer cumprir as Leis 10.639 e a 11.645);
• Dialogar com outros movimentos sociais, a exemplo do MNU e LGBTT;
• Esclarecer questões relativas aos direitos previdenciários dos pais e mães-de-santo;
• Reivindicar a garantia do direito à segurança, transporte e liberdade de culto;
• Promover marchas, seminário e outros eventos, seminários que dêem visibilidade do culto afro-brasileiro;
• Construir projetos e fixação destes projetos nos poderes municipais, estaduais e governamentais, para que eles se tornem permanentes;
• Garantir a realização da II Conferência de Povos de Terreiro;
• Garantir o acesso à comunicação cidadã;
• Promover a participação de candidatos das comunidades religiosas de matriz africana no pleito eleitoral, para viabilizar a ocupação de espaços de gestão governamental;
• Promover encontros com professores para discutir o culto afro-brasileiro como pauta de currículo educacional;
• Criar comissões formadas por povos de terreiro para estudar e monitorar o cumprimento das leis municipais, estaduais e federais;
• Fomentar discussões para criação de Conselho da Promoção da Igualdade Racial;
• Solicitar reformas para incluir o texto do Art. 275, da Constituição do Estado da Bahia, com as modificações que se fizerem necessárias, na Lei Orgânica do Município de Itabuna, e na Constituição Federal.

Quanto ao segundo eixo, é imprescindível:
• Criar fundações de defesa e fomento da cultura afro-brasileira;
• Responder positivamente ao que somos. É preciso que nos assumamos enquanto afrodescendentes;
• Promover ações agregadoras entre as casas de culto religioso de matriz africana, para diminuir o silenciamento dos povos de terreiro (ocultamento da identidade);
• Salvaguardar o patrimônio material, através da criação de associações para os terreiros que garantam a permanência dos cultos;
• Criar de um boletim informativo para as comunidades;
• Promover inclusão digital;
• Construir calendário de atividades articuladas para as comunidades de terreiro do território litoral sul;
• Produzir documento (cartilha) que reflita os direitos das casas de santo;
• Definir a questão: qual é a denominação oficial que teremos;
Definição escolhida pela maioria: Povos de Terreiro.

Sendo essa a nossa voz que expressa nossas necessidades para sejamos considerados verdadeiramente como cidadãos brasileiros, cobramos das estâncias governamentais, em seus mais diversos níveis, a atenção e o respeito ao nosso fazer e viver, além do cumprimento da Lei, nos garantindo os direitos a nós concedidos pela Constituição Brasileira. E para que tais direitos sejam legitimamente garantidos, que as estâncias governamentais realmente criem condições, através de políticas públicas que nos incluam enquanto cidadãos brasileiros, artífices da cultura nacional, há 500 anos alijados do acesso e consumo dos bens culturais da nação que ajudamos a construir, desde nossos ancestrais.
Itabuna, 9 de outubro de 2011.

COORDENAÇÃO

domingo, 2 de outubro de 2011

I CONFERÊNCIA LIVRE DE POVOS DE TERREIRO



A Coordenação da Conferência agradece sua presença e sua participação nesse momento histórico da cultura nacional, onde os Povos Tradicionais buscam seu espaço político e o direito a diversidade cultural, garantidos pela Constituição brasileira.